segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O FALSO ALÍVIO DO MORUMBI


07/10/2007

Na seção Urbanismo de 10 de outubro de 2007, na matéria intitulada “Um Alívio para o Morumbi”, a revista Veja São Paulo publica uma matéria informando sobre o início da construção da nova avenida que ligará o Panamby ao Morumbi, cortando a comunidade carente de Paraisópolis e desembocando na Avenida Doutor Flávio Américo Maurano (vulgo “ladeirão” da Giovanni Gronchi). A matéria prossegue com o depoimento de vários moradores do bairro do Panamby, Vila Suzana, Vila Andrade etc., que finalmente entendem que o problema do tráfego sobrecarregado da Avenida Giovanni Gronchi será enfim resolvido, possibilitando maior qualidade de vida e menos horas estressantes dentro de um automóvel.
Conforme relatado no nosso BLOG esta nova avenida além de não resolver em absolutamente nada o problema viário dos diversos bairros empurra o problema para os limites originais do Bairro do Morumbi e aumenta o risco de surgimento de um novo minhocão na cidade, através do inevitável prolongamento do projeto original pela Avenida Senador Otávio Mangabeira, Jules Rimet até o Estádio do Morumbi. Não se trata de mera desconfiança, face os desmentidos da Prefeitura que garante que o projeto é aquele que vem sendo divulgado, mas sim de informações de um grupo de moradores da Avenida Senador Otávio Mangabeira, os quais tiveram a oportunidade de testemunhar a Presidente da Associação do Panamby junto com um grupo de moradores e o Sr.Roberto Scanrigella, atrás do Colégio Porto Seguro discutindo sobre alternativas outras que não a do projeto original.
Esta reportagem faz parte de uma seqüência de uma série de matérias publicadas pela revista Veja, tratando dos problemas da infra-estrutura viária do Morumbi e Panamby, a qual perde a oportunidade de se aprofundar no problema, valorizando na matéria a “Boa Nova” de algo que a princípio ainda não foi nem licitado .

A principal finalidade do BLOG é trazer a discussão sobre o projeto a público, incentivando os moradores, jornalistas e o poder público que reflitam sobre algumas questões que poderão contribuir na busca de uma solução mais efetiva e não apenas a discussão simplista de mais uma obra ineficiente e paga à custa do bolso dos moradores de São Paulo. Desta forma algumas perguntas ajudarão na identificação da melhor solução:

1. Como um projeto de tamanha envergadura não dispõe de relatórios analisando o impacto viário e ambiental dos bairros afetados, incluído o da comunidade carente de Paraisópolis? Lembramos a todos que a S.M.M. continua aguardando da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras os estudos preliminares de impacto viário, as informações sobre o edital de concorrência, assim como, uma reunião com o Sr. Roberto Scaringella presidente da CET para uma colaboração efetiva com o projeto.
2. Como um projeto que em tese não poderia se iniciar em função da falta dos estudos de impacto viário e ambiental, teve informações disponibilizadas para um grande veículo de comunicação dando como certo o início da obra e a data prevista de finalização?
3. O interesse de se construir esta nova avenida é apenas o de desafogar o transito caótico da região ou o início de uma grande especulação imobiliária na região de Paraisópolis, que se não planejada levará o bairro a um colapso na infra-estrutura?
4. Sabendo que o setor incorporador atravessa um período de grande prosperidade (não temos nada contra, diga-se de passagem), nos parece justo que o poder público solicite algum tipo de cooperação no sentido de se fazer àquilo que parece mais lógico, ou seja, a ponte do Panamby ligando a marginal? Lembremos que a JHSF ao lançar o Shopping Cidade informou na ocasião que o problema viário seria resolvido, através da nova ponte em construção ligando o Morumbi à Avenida Jornalista Roberto Marinho, solução semelhante proposta.

Sociedade dos Moradores do Morumbi


Matéria publicada na revista Veja São Paulo de 10/10/2007