quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sustentabilidade: "Interdependência ou Morte"

Artigo publicado BLOG Milton Jung - Radio CBN

24/09/2008

De D.João V a Oded Grajew, de Ray Anderson a Ricardo Guimarães (autor da frase acima), de Al Gore a Jens Stoltenberg, criatividade às ameaças é o que não falta. A Sustentabilidade acompanha permanente e indefinidamente a todos.

É da alçada de dirigentes e dirigidos independentemente de dimensões, poder e hierarquia.Do levantar da cama até a volta para dormir estaremos diante de ações que podem ajudar ou piorar o relacionamento com a natureza ou com outras pessoas. Se usufruirmos e não devolvermos, não sustentaremos o planeta para as futuras gerações ou as nossas relações pessoais.Em 1728 ficou pronta a obra que D.João V mandou construir com a preocupação da conservação dos 4 mi livros em pergaminho: a Biblioteca Joanina, na Universidade de Coimbra. Até hoje todas as obras estão impecáveis, graças as paredes de 2,11 m , as madeiras que absorvem a humidade e, principalmente, a colônia de morcegos incumbida de exterminar traças e baratas. O trabalho adicional consiste em forrar piso e estantes com um tapete de couro à noite e retirá-lo na manhã seguinte.
Similar ao que fazem os ingleses em Wimbledon. Ray Anderson da Interface Flor não vende mais carpetes, presta serviços de forração de pisos. Substitui quando desgastado, reciclando com parte do mesmo material e estima que, até 2020, não mais extrairá elementos da natureza pois fechará o ciclo com impacto zero ao meio ambiente.

Paulo Itacarambi ressalta que com isso a matriz de produção não entrará em colapso, como é comum quando o ritmo é só de crescimento. Extrair, produzir, descartar. Efetivando a obsolescência programada ou percebida.

Casas Bahia e Brastemp estão com a logística reversa, isto é, na entrega dos móveis retornam no mesmo veículo para o depósito onde são separados, plástico, isopor, papelão e o sofá velho, que é desmontado e as partes doadas para quem as aproveita.

O mesmo acontece com os eletrodomésticos nas compras pela Internet.A Companhia Industrial de Vidros do Nordeste, tem a operação “Papa Vidro” para recolher garrafas que serão reutilizadas.

O Instituto Ethos , fundado por Grajew , com 1357 empresas associadas, correspondendo a 35% do PIB nacional, propõe a Responsabilidade Social Empresarial e está á disposição.Em pesquisa de 2007, o Instituto Akatu, entidade destinada a orientação e apoio do consumidor nas questões de RSE, detectou que existe uma visível distância entre as aspirações e a realidade na relação dos consumidores com as empresas e suas responsabilidades sócio-ambientais. Isto, entretanto não se reflete em ações concretas por parte dos consumidores no momento da compra.

O Movimento Nossa São Paulo cobra, antecipadamente, dos candidatos à Prefeitura e à Câmara, o compromisso com a responsabilidade social. A partir desta gestão , teremos indicadores a cada 6 meses , tais como número de alunos por sala, evasão escolar, acidentes de trânsito, índice de congestionamento, etc Jens Stoltenberg, da Noruega, recém materializou o Fundo Amazônia com US$ 20 milhões para por em seguida mais US$ 120 milhões, de acordo com a taxa de desmatamento. Previsão de US$ 1 bilhão até 2015 na conta de 2006, quando menos 5.500 km2 do limite de 19.500 km2 de desmatamento foram atingidos.
No Brasil, já são mais de 5 milhões de hectares de florestas certificadas pelo selo internacional FSC. Atualmente, 207 empresas possuem a certificação para a cadeia de produção e comercialização dos artigos de madeira (cadeia de custódia).O FSC emite dois tipos de selo para os produtos, um que atesta que o material é 100% certificado, e outro, chamado selo misto, que garante que no mínimo 70% do material utilizado na fabricação tem o certificado.Fundador da ONG Amigos da Terra, o ambientalista Roberto Smeraldi, convenceu os bancos a só liberar financiamentos a companhias que têm responsabilidade ambiental.Se a Rosana Jatobá fica no máximo 15 minutos no banho, com toda aquela “extensão territorial”, é hora de repensarmos o nosso chuveiro.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e, toda quarta-feira, escreve textos sustentáveis aqui no blog. Não declara no Imposto de Renda Social o tempo que fica no banho, mas se esforça para mudar hábitos.

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